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domingo, 10 de dezembro de 2017

Dane-se o transtorno, precisamos falar sobre separação



'Já faz um ano que falei para o meu ex-marido que eu não queria mais estar casada com ele. A dor dessa decisão, que já vinha crescendo antes desse dia, se esticou por mais alguns, quando, de fato, consegui ter forças para sair de casa. Foi uma dor larga, longa e profunda e, apesar disso, é uma dor que eu recomendo para casos de infelicidades largas, longas e profundas, porque quando ela passa… quando passa é substituída por uma paz tão boa e generosa, que faz a gente pisar mais leve no mundo, que antes pesava tanto nas nossas costas.


Hoje, quando acordei sozinha, lembrei que faz mais de um ano que acordo sozinha e não doeu. Já não dói há muito tempo. Lembrei de todas as manhãs que eu acordava sozinha porque ele estava dormindo na sala pela milésima vez por causa de alguma birra sem sentido. Eu olhava pra ele, dormindo todo espremido naquele sofá que eu detestava – e tinha deixado que ele escolhesse pra não gerar mais uma briga inútil – e pensava no desperdício. De tempo, de energia, de vida. E de lençóis de casal, que só eu usava pra tentar cobrir minhas angústias, que cresceram até ficarem descobertas, com os pés de fora.


O sofá ficou. Eu fui embora.


É claro que nós tivemos momentos felizes ao longo dos anos que passamos juntos. E nos agarrávamos a eles porque foram reais e tínhamos a esperança de que voltassem a ser. Alguns ficaram registrados em fotos, vídeos, textos. E era através desses registros que a maioria das pessoas nos enxergava, como se fôssemos tão permanentes quanto imagens congeladas numa fotografia. “Mas vocês pareciam tão felizes…” É claro que parecíamos, pois estávamos. Naquele momento. Mas momentos se dissolvem, e evaporam. Só quem tem o privilégio de revivê-los sempre que quiser é a memória.


Ninguém tira fotos durante uma discussão ou enquanto chora no banheiro sem saber o que fazer com os planos incríveis que se tornaram falíveis e com as mágoas que vão se entulhando por todos os cantos da casa enquanto o amor, o tesão e a admiração estão ficando empoeirados no quartinho dos fundos.


Uma das coisas mais dolorosas que se enfrenta ao romper uma relação amorosa é ter que romper com os sonhos sonhados juntos, com a rotina que foi construída e principalmente com a ideia do que poderia ter sido, mas não foi.


Eu descobri que muito mais difícil do que me desapegar da nossa vida, era conseguir me desapegar daquilo que ela poderia ter sido.


Eu não quero dizer com isso que descobrindo ficou mais fácil, tampouco estou dizendo que separação é um processo tranquilo. Nãããão! É um troço medonho. Acaba com as nossas energias. E com nossas economias. Faz a vida da gente virar do avesso. Mas é aí que tá: o avesso pode se revelar surpreendentemente interessante.


Ninguém entra numa relação porque não tem nada melhor pra fazer (ou não deveria entrar). O investimento é alto, em todos os sentidos, e o prejuízo é bem maior do que o de alguém que aposta uma grana alta no cavalo errado. E é por isso que muitos relacionamentos duram bem mais do que deveriam e vão se estendendo até que se encontre um jeito de amenizar os traumas e os desgastes que virão com o rompimento.


Talvez você não esteja preparado para ler isso, então, me perdoe de antemão se eu estiver matando o seu Papai Noel. A golpes de facada. Na sua frente. Mas sabe aqueles casais de velhinhos que você vê juntos e acha muito fofinhos? Então… ELES NÃO ESTÃO FELIZES (afinal, quem é que tá? Já é tempo de parar de superestimar a felicidade, inclusive a conjugal).


Eles podem ter envelhecido juntos por escolha, porque se amam? Podem, claro. Mas pode ser também que eles simplesmente não tenham encontrado um jeito de separar suas vidas e pela força das circunstâncias tenham continuado juntos. Podem ter se acomodado apesar do amor ter acabado. Um dos dois pode ter continuado porque teve medo de partir, ou porque sentiu culpa, compaixão. Ou porque era conveniente. Talvez eles tenham esperado os filhos crescerem, mas aí as crianças viraram adultos, os anos se passaram e eles perderam o timing. As possibilidades são infinitas. Não se iluda achando que uniões duradouras são sinônimos de uniões bem sucedidas.


Separações também não significam que a relação tenha sido um fracasso. Deu certo até parar de dar.


Esse ano teve Jolie deixando Brad, Fátima ficando sem Bonner. Teve Du Moscovis voltando pra pista. Teve Fernanda Gentil(mente) explicando pra gente que se separou do marido porque eles não estavam felizes e mereciam buscar a felicidade em outros lugares. E teve muita, muita gente dizendo que desistiu de acreditar no amor depois de ver que até “casais perfeitos” como esses se separam.


Primeiro engano: não existe casal perfeito, nem casamento. Segundo: separações não deveriam nos levar a perder, mas a recuperar a fé no amor. Casais famosos e anônimos se separam todos os dias justamente porque se atrevem a acreditar que podem voltar a amar e serem amados.


Pessoas permanecem juntas porque apostam no amor tanto quanto pessoas se separam porque não desistem dele. No fundo, tá todo mundo tentando ser feliz, de um jeito ou de outro.


As coisas acabam. E recomeçam. E tá tudo certo. O que não tá certo é se prender àquilo que já se soltou.


E o mundo continua girando."


Roberta Simoni

sábado, 13 de agosto de 2016

A Pessoa Errada



Fernando Veríssimo


Pensando bem, em tudo que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe a pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa que, se você for parar pra pensar é, na verdade a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho Chega na hora certa, Fala as coisas certas, Faz as coisas certas, Mas nem sempre a gente ta precisando das coisas certas Aí é hora de procurar a pessoa errada A pessoa errada te faz perder a cabeça Fazer loucuras Perder a hora Morrer de amor A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar Que é pra na hora que vocês se encontrarem A entrega ser muito mais verdadeira A pessoa errada é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas Essa pessoa vai te tirar o sono Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível Essa pessoa talvez te magoe E depois te enche de mimos pedindo seu perdão Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado Mas vai estar 100% da vida dela esperando você Vai estar o tempo todo pensando em você A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo Porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O que é certo mesmo, é que temos que viver cada momento, cada segundo, Amando, sorrindo, chorando, emocionando, agindo, querendo, conseguindo. E só assim é possível chegar àquele momento do dia Em que a gente diz: "Graças a Deus deu tudo certo" Quando na verdade, tudo o que ele quer. É que a gente encontre a pessoa errada Para que as coisas comecem realmente funcionar direito pra gente Nossa missão: Compreender o universo de cada ser humano, respeitar as diferenças, brindar as descobertas, buscar a evolução. Quando a gente acha que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas... Luis

Você tem certeza de que sabe amar?






Arthur da Tavóla




Há os que amam loucamente mas não sabem amar. Amam um pouco mas sabem amar.
Não amam mas sabem amar. Amam e sabem amar.
Sabem de amor mas não sabem amar; Sabem amar mas não sabem de amor.
Amam e sabem de amor, mas não sabem amar. Amam e não sabem de amor, nem sabem amar. Amam e não sabem de amor, mas sabem amar. Não amam, sabem de amor e não sabem amar. Não amam, não sabem de amor e não sabem amar. Amam, sabem de amor e sabem amar.
E por aí começa a confusão da relação amorosa. Seria simples se tudo se resumisse a: “Eu te amo. Você me ama?” “Sim, te amo.” Seriam felizes para o resto da vida.
Mas quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, dúvida e a confusão não terminam. Começam!
Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, sabem amar. Que uma delas não saiba olhar a relação rolando pela ribanceira! O normal é as duas não saberem. O raro é as duas saberem, escassos exemplos de relação em que a maturidade não interfere na intensidade. O habitual é uma saber e agüentar o rojão pela outra.
Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor. Porque amar é um sentimento de necessidade nem sempre atendidas, de carência compensada, doação exercida ou entrega salvadora. E isso é intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor.
O Saber amar!
Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar mesmo que não o ame!
Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar!
Quem sabe amar, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar conhece a linguagem adormecida no outro, em estado de conto de fadas, carência, infância, flor ou adivinhação.
Sabe amar quem sabe o outro sem deixar de ser quem é.
Saber amar é conhecer o amor como forma de arte.
O amor é apenas um sentimento. Mas saber amar é uma criação, uma estética do amor. Saber amar tanto é a flor na hora certa, como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e dúvida passageira.
Mas é, com segurança absoluta, o olhar fundo do sentimento, o carinho preciso, a mão firme, a pele dialogando de igual para igual, gritando ou sussurrando conforme a hora; é a temperatura da paz recobrada.
Saber amar, não é a aceitação passiva do outro. É a existência ativa do amor latente, real ou adivinhado.
Saber amar implica conhecer virtudes que o amor agudo não sabe: esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas, não abafar nem impedir (ainda que com carinho) que a outra parte ejete à tona a angústia ou a dor.
Quem ama desama junto.
Que sabe amar suporta esse desamor, se passageiro, é claro, porque quem sabe amar conhece a medida exata dos orgulhosos que valorizam o amor.
Nada é pior que a desistência de quem sabe amar, do que o ferimento ou a indiferença provocados em quem sabe amar.
Quem ama tolera ser maltratado.
Quem sabe amar, jamais.
Este jamais permanecerá com quem maltrata, porque quer ser maltratado. Quem ama, quando cansa, pode voltar amar. Quem sabe amar, quando desliga é para sempre. E mais fácil afrontar a quem ama (um estado no qual todos ficamos meio sem caráter) do que a quem sabe amar.
Este conhece tanto a importância de seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.
Quem ama é mais inocente do que quem sabe amar.
Mas quem sabe amar é capaz de maldades maiores, a partir do momento em que desiste.
Desiste de saber amar, porque pode até continuar amando.
Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe amar!
Quem perde um amor perde muito menos do que quem perde alguém que sabe amar.
Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de reação e crítica; é ocupar todo o espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro.
Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância com ela. A menos que descubra que ela não merece.
Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura que raramente tem quem apenas ama.

Amar e ser amada











Deixe de lado pensamentos como "homem não presta", para não começar um relacionamento com a certeza de que vai dar tudo errado.

Todo mundo conhece a música dos Paralamas do Sucesso que diz assim: "Saber  amar é saber deixar alguém te amar". E no embalo da canção já fechou os olhos e se perguntou se sabe amar e ser amada, sem máscaras, freios ou medo de correr riscos. E sem bancar a chata. Se amar não tem receita, ser amado também não. Por que, para algumas mulheres, é tão difícil se sentir amada?
Ainda não inventaram fita métrica para medir amor. Então, tem mulher que estipula parâmetros próprios para saber se o namorado a ama loucamente, ama um pouquinho de nada ou mais ou menos. É o caso da advogada Tatiane V., de 32 anos, que tem certeza de que ama mais do que é amada. "Pra começar, ele nunca diz que me ama por iniciativa própria: sou eu quem tenho que falar e ele limita-se a dizer ‘eu também´. Isso me chateia muito", reclama. Por outro lado, o namorado é muito carinhoso com ela. "Minhas amigas dizem que está na cara que ele é louco por mim pelo jeito que me olha e é cuidadoso comigo. Mas eu sinto falta de ouvir sobre esse amor todo, sinto falta das palavras", diz ela.
Segundo a psicóloga Priscila de Farias Gaspar, homens e mulheres têm maneiras diferentes de expressar o amor: "O que podemos observar no dia a dia, bem como nos relatos do consultório, é que, na maioria das vezes, a mulher doa amor esperando, consciente ou inconscientemente, que o parceiro retribua na mesma moeda. No entanto, homens e mulheres apresentam uma série de diferenças".
A psicóloga explica que a mulher não acredita que o parceiro a ame porque as formas que ele utiliza para demonstrar esse amor nem sempre são interpretadas adequadamente. E dá um exemplo: "Atendi uma senhora casada há mais de 18 anos com um  homem muito bem financeiramente. O marido fazia todas as vontades dela, comprava tudo o que ela deseja, leva-a aos lugares que ela gostava de ir, inclusive viagens para o exterior, dava-lhe jóias, roupas, carro etc. Essa era a forma dele demonstrar que a amava. Ele entendia que ser provedor era ser um bom marido e que tudo o que fazia por ela eram provas de amor. No entanto, ela não acreditava nesse amor e esperava que ele demonstrasse com palavras, dizendo ‘eu te amo´, o que ele tinha dificuldade de fazer em função de uma criação muito repressora".
Amar é fácil, difícil é se deixar amar. Um dos motivos é a danada da insegurança como a que toma por completo a secretária executiva Suzana C., 31. Ela tem enorme dificuldade em acreditar no amor que o namorado garante sentir. "Por mais que ele diga que me ama, me prove em atos e palavras, eu sempre questiono e não fico satisfeita com as demonstrações de afeto", assume, sabendo dos riscos de virar uma tremenda chata. "Tenho medo que ele se canse, mas é algo mais forte que eu. Acho que sofro de baixa autoestima e não acredito que um homem possa me amar de verdade", revela, acrescentando que essa situação a incomoda desde os primeiros namoricos e que já foi deixada mais de uma vez por conta dessa insatisfação.

Para a psicóloga Priscila Gaspar existe uma crença de que não se merece ser amada por não ser suficientemente boa ou bonita ou inteligente ou todas as opções anteriores. "Isso está relacionado com a autoestima e, obviamente, tem muito a ver com a educação e o relacionamento com os pais. Meninas que ouvem a mãe e/ou o pai dizerem coisas que diminuem seu valor enquanto mulher frequentemente acreditam que não são merecedoras de amor", explica, afirmando que tais mulheres, para ganhar afeto, desdobram-se tentando fazer de tudo para agradar o parceiro - como se fossem meninas tentando chamar a atenção e agradar o pai. "Elas não conseguem perceber as demonstrações de afeto até porque sempre estarão muito aquém do que ela faz. É como se agisse para comprovar sua crença, dizendo para si mesma: ‘Faço tudo por ele e ele não está nem aí para mim!´".
Se você se identificou com os casos acima, está na hora de tentar se entender melhor e também se colocar no lugar do parceiro. A psicóloga Priscila Gaspar dá algumas dicas para, como diz a música, saber deixar alguém te amar.

+ Esteja atenta a tudo o que possa ser demonstração de amor. Observar e fazer novas leituras dos atos, gestos e palavras do parceiro, buscando entender qual o significado para ele, dentro dos valores dele, para não interpretar erroneamente.
+ Reveja suas crenças, buscando no seu passado (principalmente na infância) a origem para a baixa autoestima.
+ Deixe de lado pensamentos como "homem não presta", para não começar um relacionamento com a certeza de que vai dar tudo errado.
+ Na maior parte dos casos, a psicoterapia pode ajudar e permitir novos comportamentos diante do amor.






Reavivando a chama.

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 Por Maria Rita Lemos

Assim como acontece com o mar, nossos amores também sentem as oscilações, como as marés que sobem e descem. Em qualquer relacionamento, e aqui estamos falando das relações afetivas, acontecem dias ruins e maravilhosos, maus e bons momentos, tempos de tormenta e calmaria, que se alternam, como também acontece na vida de cada um de nós. No entanto, há períodos em que as coisas parecem mais difíceis, os momentos de tempestade parecem não ter fim; há momentos, enfim, em que aparentemente não resta nada, a não ser cinzas de um amor que um dia foi a luz que iluminou nossa vida.

Nem sempre, porém, o sentimento está morto: ele pode estar muito bem escondido embaixo de uma crise que parece não ter fim. É preciso diferenciar os bons relacionamentos que estão passando por uma crise dos relacionamentos que sempre foram ruins, e que, por si só, são uma crise na vida de cada um dos parceiros.

Portanto, é preciso cuidado e calma, tanto na hora de casar como na de descasar. Ambas as decisões, tanto de unir a vida à de outra pessoa, como de decretar o fim do relacionamento, devem ser tomadas com menos emoção e mais razão.

Todos sabemos que é difícil raciocinar com lógica, tentando deixar as emoções num nível secundário, quando se está apaixonado(a) ou quando se está com muita raiva, mas é imprescindível que aconteça assim. A maioria dos casamentos e dos divórcios que são decididos pela paixão ou pelo ódio correm um risco enorme de que as pessoas envolvidas se arrependam algum tempo depois. Inclusive, há pesquisas que afirmam esse fato. Então, valem algumas tentativas no momento de reacender a chama! Uma delas é quebrar a rotina.

Intimidade: diferente para homens e mulheres


                                O que é “intimidade”?




Para os homens, é “fazer sexo, beijar, trocar carinhos, ficar nu. Para eles, a intimidade é da ordem do corporal, do toque, da visão. É uma intimidade física.”


Para as mulheres, “é um tipo muito particular de estar junto, de conversar e escutar, de compartilhar o silêncio, um nível mais profundo de comunicação psicológica. É uma intimidade emocional”.


Quem diz é a antropóloga Mirian Goldenberg, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em seu novo livro, Intimidade. Em suas pesquisas entre homens e mulheres da zona sul do Rio de Janeiro, Mirian tem percebido um abismo entre as expectativas dos gêneros em relação aos relacionamentos e à felicidade a dois.


A falta de intimidade real com os parceiros é uma reclamação feminina onipresente, afirma Mirian. Ou pelo menos daquilo que as mulheres consideram intimidade.


As mulheres acreditam que os homens são incapazes de ser mais subjetivos, mais reflexivos, mais interiorizados. (…) Nos discursos femininos, é possível enxergar a ideia de que a natureza da mulher, em termos de autoconhecimento e de exploração da subjetividade, é superior à masculina.

Já o discurso masculino revela que eles se sentem injustamente cobrados por não conseguir corresponder às excessivas demandas das mulheres. Eles dizem que não se sentem compreendidos ou aceitos por elas, que permanecem insatisfeitas e não reconhecem seus esforços para responder às ilimitadas e contraditárias exigências femininas.

Diante da repetição deste tipo de discurso entre homens e mulheres, a antropóloga acredita que esteja neste descompasso entre a ânsia feminina por sua noção de intimidade e as queixas masculinos pela falta do que chamam de compreensão a chave para se compreender os atuais conflitos nos arranjos conjugais.



A maior parte dos homens, diz o livro, prefere deixar a vida resolver sozinha os problemas. Chama os amigos para “beber e esquecer”. A maioria das prefere o extremo oposto: ruminar as questões à exaustão, sem necessariamente resolvê-las. Ter espaço para fazer isso a dois é intimidade.



E pra você, o que é intimidade?



Fonte: http://colunas.epoca.globo.com/


Desenvolvendo a intimidade do casal

Por vezes, ouço em consultório a seguinte frase: - Doutor, o problema é que nós não temos intimidade. E devo concordar com os clientes, pois a falta de intimidade é, de fato, geradora de vários problemas na relação. E você, sabe o que significa intimidade na relação a dois?


Muito mais do que viver a sexualidade do casal sem constrangimentos, ter intimidade significa ter abertura com o outro, sentir-se à vontade ao lado dele(a), estar conectado ao outro, ligado a ele(a) de uma forma especial. Essa ligação entre os cônjuges pode até estar presente na área sexual, mas transcende essa área.



Quando um casal desenvolve amplamente a sua intimidade, há muitos ganhos na qualidade da relação. Seguem, então, algumas orientações para se desenvolver a intimidade do casal:



1) Comprometer-se nas discordâncias: Busque o meio-termo quando estiverem diante de um desacerto. Pergunte: - O que faria nós dois felizes?

2) Invista, pelo menos, 30 minutos por dia no seu companheiro: Seja no almoço, no jantar ou conversando baixinho na cama, desligue a TV, esqueça as crianças ou outras preocupações e procure saber como o seu companheiro está, como foi o dia dele, o que ele fez no trabalho.

3) Planejem uma noite ou dia para namorarem e se curtirem: Vista-se de forma a agradar o outro e saiam para jantar fora, assistir um filme ou ir a uma festa. Procurem rir juntos nessa ocasião.

4) Busque a empatia: Procure se colocar no lugar do outro diante das discordâncias. Pense que, com a história de vida dele(a), você também poderia pensar ou agir como ele(a).

5) Mostre curiosidade e interesse pelo seu parceiro: Quando ele(a) falar, olhe nos olhes dele(a) e escute atentamente o que ele(a) tem a dizer.

6) Surpreenda o seu parceiro: Proponha, subitamente, uma atividade que vocês possam fazer juntos ou algo de que ele(a) goste. Quem sabe uma viagem para uma cidade próxima ou uma aula de dança?

7) Escreva mensagens de amor: Deixe mensagens de amor na agenda dele(a), na tela de abertura do celular ou no bloco de anotações do escritório.

8) Valide o seu parceiro: Reconheça atitudes dele(a) que têm relevância para o casal e diga isso para ele(a) e/ou para outras pessoas na frente dele(a).

9) Mostre respeito: Contenha o volume da voz nas discussões, evite críticas desnecessárias e procure ouvir antes de dizer qualquer coisa num momento de uma conversa dura.

10) Divida responsabilidades: Assuma a sua parte de responsabilidade nas tarefas domiciliares e se ofereça para ajudar quando puder.



Se você tentou todas essas formas de desenvolver a intimidade com o seu cônjuge, mas não foi bem-sucedido e pensa que não há mais esperança, considere a Terapia de Casal como uma ferramenta importante para desenvolver ou resgatar a confiança e a intimidade na relação.

http://www.inpaonline.com.br/desenvolvendo-intimidade-do-casal/

Reconhecendo amores eternos.









Amadurecer é reconhecer a capacidade de amarmos nosso companheiro.





Na medida em que vamos amadurecendo, aprendemos também a nos conhecer melhor. Este trabalho de reconhecimento interno faz parte de um processo no qual entramos em contato com o que nos tornamos, e isto requer coragem para admitir mudanças e visualizar o que construímos ao longo dos anos.

Deixamos de ser (e muitas vezes nunca fomos) o modelo de pessoa idealizado por nossos pais, nossos cônjuges e até deixamos de corresponder com o que a sociedade e os grupos sociais em que convivemos esperam de nós. Então neste dar-se conta da pessoa em que você se tornou, é possível também perceber que seu parceiro pode igualmente evoluir e se desenvolver. Muitas vezes, para que as relações possam florescer, devemos também utilizar recursos que os jardineiros ou quem mexe com a terra conhece: fazer a poda, o que pode significar aparar e acertar algumas arestas. As relações não vem prontas, elas exigem que também nos ocupemos delas.

Desta forma, olhar para aquele que significou uma parte importante de nossa história é a possibilidade de reconhecer quantas conquistas tivemos ao longo desta jornada. Quantas rosas recebidas, quantos beijos que puderam ser sentidos, quantos sonhos sonhados, quantas construções edificadas. Não, este não é o mundo de Poliana, porque nele também existem dor, alguns desapontamentos e frustrações. Mas refletir sobre essa dualidade é necessário para reconhecer o processo pela qual uma relação afetiva deve passar para poder se constituir como tal.

Das palavras que puderam ser ditas, dos amores que foram se transformando em respeito, cumplicidade e, sobretudo, parceria, surge um outro amor mais forte. Muito maior aquele que nos acompanha nas longas jornadas outonais nos permitindo aceitar a passagem do tempo como um companheiro que nos segue nesta longa jornada de respeito, carinho e sobretudo aceitação e tolerância. Que só os grandes amores podem suportar. Maturidade é o tempo de descobrir quem são nossos amores eternos.







Fonte :http://delas.ig.com.br/

O que não é amor?


           Autoria desconhecida



Já falou-se tanto em amor, amizade e paixão...
Que tal falarmos do que não é amor?

Se você precisa de alguém para ser feliz, isso não é amor
É CARÊNCIA.

Se você tem ciúme, insegurança e faz qualquer coisa para conservar alguém ao seu lado, mesmo sabendo que não é amado, e ainda diz que confia nessa pessoa, mas não nos outros, que lhe parecem todos rivais, isso não é amor
É FALTA DE AMOR PRÓPRIO.

Se você acredita que sua vida fica vazia sem essa pessoa; não consegue se imaginar sozinho e mantém um relacionamento que já acabou só porque não tem vida própria - existe em função do outro - isso não é amor
É DEPENDÊNCIA.

Se você acha que o ser amado lhe pertence; sente-se dono(a) e senhor(a) de sua vida e de seu corpo; não lhe dá o direito de se expressar, de ter escolhas, só para afirmar seu domínio, isso não é amor
É EGOÍSMO.

Se você não sente desejo; não se realiza sexualmente; prefere nem ter relações sexuais com essa pessoa, porém sente algum prazer em estar ao lado dela, isso não é amor
É AMIZADE.

Se vocês discutem por qualquer motivo; morrem de ciúmes um do outro e brigam por qualquer coisa; nem sempre fazem os mesmos planos; discordam em diversas situações; não gostam de fazer as mesmas coisas ou ir aos mesmos lugares, mas sexualmente combinam perfeitamente, isso não é amor
É DESEJO.

Se seu coração palpita mais forte; o suor torna-se intenso; sua temperatura sobe e desce vertiginosamente, apenas em pensar na outra pessoa, isso não é amor
É PAIXÃO.

Agora, sabendo o que não é o amor, fica mais fácil analisar, verificar o que esta acontecendo e procurar resolver a situação. Mesmo que a situação se confunda às vezes para você, o correto é que avalie a "PRESENÇA" e a "AUSÊNCIA" de seu par na sua vida e diante do resultado de seus sentimentos irá perceber se algumas das situações acima são temporárias ou caracterizam definitivamente seu tipo de relacionamento. Porque a "convivência" faz com que o tempo transforme o que é AMOR em ETERNIDADE.

Fora de mim .





Martha Medeiros
Trecho do livro Fora de mim

Eu sabia que terminaríamos, eu sabia que era uma viagem sem destino, sabia desde o início e não sabia, não sabia que doeria tanto, que era tanto, que era muito mais do que se pode saber, ninguém pode saber um amor entender um amor, tanto que terminou sem muito discurso, foi uma noite em que você quase pediu, me deixe. Ora, pra que me enganar: você realmente pediu, sem pronunciar palavra, você vinha pedindo, me deixe, olhe o jeito que te trato, repare em como não te quero mais, me deixe, e eu, de repente, naquela noite que poderia ter sido amena, me vi desistindo de um jantar e de nós dois em menos de dez minutos, a decisão mais rápida da minha vida, e a mais longa, começou a ser amadurecida desde o dia em que falei com você pela primeira vez, desde uma tarde em que ainda nem tínhamos iniciado nada e eu já amadurecia o fim, e assim foi durante os dois anos em que estivemos tão juntos e tão separados, eu em constante estado de paixão e luto, me preparando para o amor e a dor ao mesmo tempo, achando que isso era maturidade. Que idiota eu sou, o que é que amadureci?

Nada, nem a mim mesma, jamais deixei de ter 10 anos, nem quando tive 30, nem quando fiz 40. Nunca tive idade, ela de nada me serviu, ser lúcida sempre foi apenas uma maneira de parecer elegante, uma estratégia para a convivência. Você lembra como eu chorei aquela noite, lembra do fim, você não pode ter esquecido aquela cena, entramos em casa sem acender as luzes, você olhando para fora da janela enquanto eu derramava toda a minha frustração e meu desespero, como se a culpa fosse minha e não sua, ou fosse sua e não minha, como se existisse culpa para o término de um relacionamento que simplesmente não tinha mais combustível, nem mais estrada. Faz quanto tempo desde aquela cena? Eu consigo enxergá-la por vários ângulos, vejo você de costas pra mim, parecia um soldado, tão ereto, em vigília de si mesmo, querendo saltar do terceiro andar, sair sem precisar passar pela porta, sem passar pelo adeus, e eu, curvada, amparada em algum móvel, demolida, e então, na cena seguinte, nós de frente um para o outro, mas com as cabeças abaixadas, você não queria ver meu rosto, e eu estava espantada com o seu, tão sereno, aliviado, quanto tempo faz, 15 minutos, vinte minutos desde que você saiu aqui de casa? Eu ainda estava quieta agora há pouco, eu ainda estava sem pensar e sem sentir, de repente me deu uma calma, nenhuma desgraça aconteceu, você desceu pelas escadas, eu fechei a porta do apartamento e não chorei mais, eu vi pela janela o seu carro saindo da garagem e não chorei, eu fui para o banheiro escovar os dentes, acho que escovei os dentes, não lembro, e botei uma camisola e fui pra cama e não chorei, não pensei, não senti, não chorei, entendi, não entendi, não pensei, não sei, acho que dormi.

Você não ligaria no dia seguinte, era domingo, fui até a cozinha lavar a louça, mas não havia louça para lavar, o combinado era jantarmos fora na noite anterior, não jantamos, ninguém se alimentou, quanto tempo faz desde aquela noite, parece um século, foi ontem. Decidi seguir a rotina: o que eu fazia aos domingos de manhã?

Eu caminhava, eu ia ao parque, então caminharei, mas falta você, coloquei o tênis, saí a pé de casa, falta você e não falta, o estrondo está diminuindo, o barulho cessou, será que eu já percebo o acidente? Dou uma volta no parque, duas voltas, três voltas, você não virá aqui me ver? Volto. Telefono pra minha mãe não telefono pra você, conto pra ela que acabamos, meu relato é muito coerente, ela lamenta mais ou menos, já ouviu eu contar essa história antes, somos reincidentes em finais, mas agora é pra valer, quem me acredita? Eu não me acredito, mas agora não te quero mesmo, e eu já ouvi isso antes, de você, de mim, agora não tem mais volta – dei tantas voltas no parque, é tão ridículo caminhar pra lugar nenhum, para quem vou ficar magra e saudável? E voltei a dizer: não, mãe, acabou de verdade, e pela primeira vez reparei em minha voz tremida, pela primeira vez naquele domingo eu fraquejei, as palavras saíram entrecortadas, eu catava as sílabas que me fugiam, e ela do outro lado da linha fingia que não doía nela também.

Liguei o computador, escrevi, que é como organizo meu pensamento, escrevi e parecia que eu estava ditando a mim mesma um texto requentado, agora acabou, agora é comigo, sei que vou conseguir, tenho meus motivos, e me dei várias explicações, tentei me convencer, eu estava tão racional, tão genial, eu quase consegui, e não almocei, zanzei pela casa, tomei um banho, troquei de roupa, tirei suas fotos dos porta-retratos e desabei pela segunda vez, a primeira sem que você testemunhasse.

Guardei na gaveta aquela fotografia em que você estava de boné, parecia um garoto, me agarrando pela cintura. Guardei todas. Aquela outra, nós dois, eu de novo enlaçada por você. E uma de você sozinho, um flagrante, você não percebeu, bati a foto enquanto você lia o jornal, tão lindo, você era tão lindo, você ainda é o mesmo homem depois de ontem, o mesmo homem sem mim? Eu me olho no espelho e não me enxergo, não sou mais a mesma, perdi a identidade. Tirar suas fotos de vista me pareceu uma providência curativa, agora você não o verá mais, querida, vai esquecê-lo mais rápido, como somos inocentes. E eu lá quero esquecê-lo? Sua presença ainda está tão quente dentro desse apartamento, o colchão ainda está meio afundado do lado em que você dormia.

Não sei se as pessoas choram de forma diferente umas das outras, eu choro contraída, como se alguém estivesse perfurando minha alma com uma lâmina enferrujada, choro como quem implora, pare, não posso mais suportar, mas o insuportável é uma medida que nunca tem limite, eu chorei no domingo, na segunda, na terça, em várias partes do dia e da noite, um choro de quem pede clemência, de quem está sendo confrontado com a morte, eu estava abandonando uma vida que não teria mais, eu sofria minha própria despedida, morte e parto, eu tinha que renascer e não queria, não quero, sinto que caí num vácuo, perdi a parte boa da minha história, e não quero outra, enquanto choro penso que se alguém me visse chorar dessa maneira me salvaria, prestaria socorro, chamaria uma ambulância, eu nunca vi você chorar, você alguma vez chorou por mim, você sofre a minha ausência, sente minha falta? Estar sozinha nessa aflição me condói de mim mesma, é o labirinto do inferno, não há saída, não há saída, você não está me esperando lá fora, nem hoje, nem amanhã, você não vai fazer nenhum gesto para me resgatar, e se fizesse, eu não estenderia minha mão, e é isso que me faz descrer de tudo, eu sei que acabou, eu estava infeliz ao seu lado, eu estou infeliz sem você, mentira, eu era feliz ao seu lado, e nem sei se a palavra é essa, feliz. Felicidade é um resumo fácil, uma preguiça de investigar o muito mais que nos ergue diariamente, na época era o que me bastava, eu sabia onde estava e com quem, eu não estou infeliz, eu só estou perdida e não consigo mandar nenhum S.O.S., ninguém sabe onde estou, largaram meu corpo em cima dessa cama e ninguém me procura.

Choro, choro muito, choro agora feito uma guitarra dedilhada por um bêbado, sinto uma piedade inconsolável de mim, de tanto que recordo o quanto te quis e o quanto te admirei por amares a mim, era paixão inveterada, paixão de doer, paixão de não dar certo mesmo, paixão de perder o tino, e perdi por completo, hoje tento compreender duas ou três frases e nem isso me cabe, ficou tudo sem lógica, eu que prezo tanto a lógica, não entendo mais nada, mergulhei no escuro da minha perplexidade, você era meu até bem pouco tempo, mas vou sair dessa, veja, já estou enxugando as lágrimas, procurando meu celular para fazer uma ligação qualquer, esses compromissos que a gente inventa para fingir que a vida continua. Marquei hora no cabeleireiro sem ter motivo algum pra ficar bonita.

Não consigo mais ser uma pessoa comum, dessas que conseguem ver uma novela sem se afligir e que dirigem prestando atenção apenas nos sinais de trânsito, agora eu só assisto à tevê com o controle remoto na mão para que eu possa trocar de canal a qualquer indício de que virá cena de beijo, não consigo ver um homem e uma mulher se amando, é como se fosse uma agressão pessoal, vamos massacrar essa coitada, vamos fazê-la lembrar, mas não, eu não fico lembrando de nós dois, é muito mais torturante que isso, eu fico imaginando você com outra mulher, você beijando outra mulher, e isso me dá uma náusea que quase me faz desmaiar, fico em posição fetal, eu penso que vou ficar louca, como se já não estivesse, eu não posso ver uma foto de mulher bonita que já imagino o quanto você vai se interessar por ela, e vai desejá-la, eu passei a ter ódio de todas as mulheres que cruzam seu caminho, meu caminho. E no trânsito, eu só tenho olhos para as placas dos carros que são da mesma cor e marca que o seu, e quando um se aproxima eu rogo a Deus para que não seja você, e ao mesmo tempo quero que seja, e às vezes consigo não olhar, me sinto tão valente, consigo por minutos olhar só em frente, não reparo em nenhum veículo a minha volta, é como se estivesse sozinha na avenida, e é nessas horas que corro o risco de bater, eu acelero sem perceber e depois freio muito em cima dos outros carros, eu saio da minha pista sem sinalizar, eu esqueço pra onde estou indo, eu vejo você caminhando
pelas calçadas e não é você, de repente todos os homens do mundo ficaram idênticos a você, e eu ainda não me envolvi num acidente por um triz, ou talvez já esteja mais do que acidentada para ainda ter que enfrentar essa dor na carne, de verdade, sem ser apenas uma metáfora. Evito olhar os casais de namorados nas paradas de ônibus, e tem um painel publicitário em que um homem olha para uma loira com um desejo tão escancarado que me retorço e choro só de imaginar você olhando assim para outra mulher, e eu sei que você está, ninguém precisa me contar, eu sei como é que você se cura, se trata, você não chora nem lamenta, você volta pra rua, você vai atrás de todas as mulheres nuas feito um vira-lata, você está olhando nesse instante para outra mulher, está entrando nela, dizendo a ela como ela é gostosa, você está me matando dentro de você, e eu morro a quilômetros de distância, a sós comigo mesma, você transa com outra e me mata, você goza e me mata mais um pouco, você dorme e me deixa insone pra sempre, eu sei que não vai ser pra sempre, mas eu não enxergo o dia de amanhã, hoje eu só estou acordada pro eterno desse pesadelo, você era meu, droga, exclusivamente meu até dias atrás, meu como esse sofrimento.



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Fome de amor


  Fome de amor.


Fome significa ausência, falta, privação - pode ser tanto de alimento como de amor. Em termos de alimento, existem vários tipos de fome. A fome pura e simples, fome oca, por falta de ter o que comer. E existe ainda a fome insípida, que é causada pela monotonia - sempre arroz e feijão. 

Carência, por sua vez, é fome de amor. É um estado passageiro ou crônico de subalimentação emocional. As sensações são tanto psicológicas como físicas: dor no peito e na boca do estômago, sensação de vazio, de frio. Pode haver motivos arraigados em cada um de nós para essa fome. Em geral, está ligada a falta, a perda. Perder significa ser privado de, cessar de ter. Se sofremos uma perda de um ser querido por morte, divórcio ou rejeição, a fome vai crescendo e ficamos desnutridos emocionalmente. 

Provavelmente não morremos, mas muitas vezes essa fome crônica é capaz de gerar uma reação extremada. Para não senti-la, podemos amortecer em nós mesmos essa necessidade de amar e de sermos amados. Se congelarmos uma parte do nosso corpo ou do nosso coração, não vamos sentir nem o bom nem o ruim. Nada. Mas não nascemos para ser icebergs, e sim para ser humanos. Somos vulneráveis tanto ao amor como à falta dele. 

O coração humano só se tornaria perfeito se virasse inquebrável. Como isso nunca vai acontecer, é melhor deixá-lo pulsar - assumindo o risco de amar, de ir em busca do amor. 

Reaquecer o próprio corpo, o coração, dói, mas vale a pena. Às vezes, é preciso ter ajuda de um especialista. Se congelarmos nossas emoções, nossos sentimento, nos sentiremos protegidos. O medo da rejeição é tão grande que para evitar o sofrimento criamos uma dupla proteção. Só que isso é um mecanismo de defesa contra a dor. Na vida é assim: aparecem ameaças, perigos de todos os tipos e aprendemos a enfrentá-los. Só que exageramos na dose, aprendemos "bem demais". Criamos proteção exagerada. Então, o que acontece é uma reação exagerada ao contrário. Aí não vamos sentir nem a dor nem o prazer. Mas essa é uma falsa sensação de invulnerabilidade. 

Não existe imunidade contra o sofrimento. Todos carregam as cicatrizes de mil ferimentos. Os da infância, os da adolescência, que às vezes ainda sangram, os da idade adulta, dos sonhos não vividos. Como fazer com que todos desapareçam? 

A resposta está em se fortalecer para ter a coragem de viver e esperar da vida aquilo que ela pode nos dar. Uma das conquistas mais difíceis é nos liberarmos das expectativas irreais sobre o que sentimos que a vida deveria ser. Ela deveria ser mais justa em sua distribuição de dor e sofrimento. Deveria proporcionar mais oportunidades de crescimento pela felicidade que do sofrimento. As pessoas de quem gostamos não deveriam ter problemas nos momentos em que mais precisamos delas. O fato de termos aprendido tanto com o sofrimento deveria poupar-nos de qualquer dor no futuro. Mas cada uma dessas idéias é uma expectativa irreal. 

A vida é o que é. Todos somos vulneráveis e carentes. À medida que nos libertamos das expectativas irreais em relação à vida, começamos a recriar nós mesmos, nossos objetivos, nossas relações com os outros. Como nossas expectativas quanto a nós mesmos e aos outros se tornam aos poucos mais realistas, fica mais difícil nos iludirmos e mais fácil nos satisfazermos. 

Não existe seguro contra o risco de amar. Há muita dor no amor e, claro, sempre existem riscos. Não podem nos impedir de pensar se não existiria um jeito melhor de viver em que a dor não viesse sempre misturada ao prazer. Mas na vida é assim: ou você pega os dois ou fica sem nada. Dor e prazer são o pão cotidiano dos homens. Talvez o mais importante seja amar e aprender.



Maria Helena Matarazzo 





Já dizia o velho e bom amigo Freud, que somente por nascer e nos separarmos da mãe, ficamos com uma falta existencial pelo resto da vida. Vamos preenchendo-a com inúmeras coisas: escola, amigos, família, coleções, TV, esporte, comida, universidade, trabalho, etc, etc. 

É interessante notar que quando abraçamos algo novo, nos sentimos mesmo "apaixonados" pelo que estamos fazendo, só que ali adiante isso tende a diminuir (como nos relacionamentos) e a falta volta a cutucar. É só saber que ela sempre estará lá e que nada a preenche totalmente, por todo o tempo. A falta move o ser humano a buscar ações, criações, atividades. Quem não sabe lidar com a falta troca de tudo a todo momento: de namorado, de atividade, de trabalho, de casa, de cara, de corpo, de cidade, etc. Porque não aguenta conviver com um "não sei", com um "nada", com um "sem novidades", com um "vazio", que nos assaltam de quando em vez. 

É preciso suportar a falta, vivenciá-la. Por outro lado, quem vive na "falta" entra em depressão. O ideal é ir preenchendo-a com atividades coerentes às nossas habilidades e aptidões, aos caminhos já transcorridos, às possibilidades que a sociedade nos oferece, aos limites do nosso corpo e a verdadeira existência do outro, sem idealizações. Só assim evitamos grandes frustrações. 

Me parece que ninguém é completamente feliz ou completamente infeliz. Temos estados de felicidade e esta é particular para cada um de nós. Felicidade pode ser ter saúde, uma família que me apóie, ter amigos, uma casa, passarinhos visitando minha varanda, um companheiro de quem eu goste, que goste de mim e me respeite, dar aulas, dançar Flamenco e viajar de quando em vez. 

Só que nem sempre minha família estará disponível, nem meus amigos, nem o companheiro será 100% atento às minhas carências talvez falte dinheiro para viajar no próximo feriado, e eu tenha que parar de dançar o Flamenco por causa da dor nos joelhos. E isso me deixará certamente num estado de "falta" que causará desconforto e certa tristeza, uma "infelicidade". Normal. Ela não me aniquila porque os passarinhos continuam visitando a minha varanda, aqui, no 17º andar.


Ana Cristina Canosa 






Como dependência, ou adicção (termo técnico), designamos comportamentos dependentes como a álcool, drogas, fumo, e outros comportamentos compulsivos como os dependentes ao sexo, ao jogo, às compras, etc.

Geralmente o adicto descreve sentir um “vazio” que em momentos de grande ansiedade sente a compulsão em buscar o objeto de sua dependência, como que para preencher-se interiormente, e assim sanar a tensão.

Então, neste momento, exercer o ato (drogar-se, jogar, alcoolizar-se, amar, fazer sexo, etc), torna-se uma obsessão pela angústia que sente por não o fazer, e esse desconforto é tão grande como se disso dependesse sua própria vida.

É comum chamarmos de co-dependencia, a dependência de um familiar de um adicto, (um dependente qualquer).

Devemos lembrar que a co-dependência é sempre uma dependência “ao outro”, e é o que quero tratar neste texto.

Porém, quero fazer um “parêntese” neste ponto do texto, para alguns esclarecimentos sobre o termo dependência ou co-dependencia.

A “dependência emocional” é um termo leigo, coloquial, que designa pragmáticamente a patologia na sociedade, na psicologiao termo correto é “adicção”.

Lembrando que o diagnóstico psicanalítico (minha área) se faz de forma estrutural e dinâmica, ou seja, entendemos que cada pessoa tem suas características próprias e pessoais e por isso buscamos entender em cada individuo, o conjunto de expressões que o constituem e o sustentam como sujeito.

Assim, no nosso entender, um dependente ou co-dependente tem suas motivações para tal, diferentes de outro indivíduo na mesma situação, pois cada um tem sua história de vida, suas capacidades e necessidades individuais, seu contexto sócio-cultural e seus relacionamentos dinâmicos próprios.

E buscamos neste sujeito, entender como se sustentam seus “núcleos” obsessivos, fóbicos, maníacos, depressivos, etc.

Além do fato de que quando rotulamos alguém, ou sua patologia, estamos colocando o sujeito num “invólucro” e portanto num paradigma.

Deixando este esclarecimento em adendo, voltamos ao tema; a co-dependencia sempre aparece como uma dependência à outras pessoas dependentes, ou seja, uma situação na qual, por algum motivo interior e pessoal, o indivíduo sente-se preso ao dependente, e mesmo sabendo (conscientemente) que não está sendo saudável essa convivência para si, não consegue se afastar e voltar-se para sua vida pessoal, colocando-se em segundo plano, e assim, vivendo em função do dependente.

Isso acontece muito quando falamos em drogados, viciados, compulsivos de toda ordem, ou seja, como já disse, o co-dependente geralmente é dependente de um dependente.

Quando temos um drogadicto (viciado em drogas) como familiar muito próximo, (ou um alcoolista por exemplo), nossa vida é afetada, ou melhor de toda a família.

E por mais que cada familiar leve na brincadeira e pense “um dia isso acaba”, saiba que as repercurssões são muito profundas e certamente vão acompanhar os membros da família por toda a vida.

O ponto principal na co-dependencia é o fato de que apesar de sofrermos muito não conseguimos “tocar” nossa vida naturalmente, pois nos sentimos na obrigação de viver em função do dependente.

Por isso, dizemos que quando um membro da família é dependente, a família está doente ou seja, é uma família co-dependente.

Isso porque todos os membros da família são afetados pelo fato e têm, cada um, sua parcela de ansiedade, de culpa, de angústia que se manifesta num conjunto dinâmico, tendo como pivô o dependente.

Mas não é só isso, o co-dependente também é o que se torna escravo de outra pessoa (do dependente no caso), e se sujeita a abusos de toda ordem para manter o relacionamento.

Na verdade ele até tem consciência de que o relacionamento não é saudável, mas não consegue sair desta situação, isso porque as motivações que o levaram a tal posição são inconscientes.

O assunto é extenso e me proponho a esclarecer mais sobre isso, dando continuidade a este texto em uma série que se inicia nesta primeira parte .

Quero atentar também para o fato do dependente ser do tipo dependente emocional e depender do próprio indivíduo que se sente co-dependente, havendo uma simbiose entre os dois, mas de uma forma doentia trazendo angústia e sofrimento para ambos.

Mas de momento, quero somente para terminar esta primeira parte, alertar também para o fato de que cada um de nós têm um grau de dependência, que é até natural, e esperado num ser humano saudável, e isso é importante nos nossos relacionamentos afetivos mais próximos, mas também temos um grau de “Autonomia” ( e que também não pode ser demasiado ) que nos mantém saudáveis, isso não quer dizer ser auto-suficiente pois somos um ser social e precisamos do convívio com o outro, dos estímulos e afetos trocados nos relacionamentos, no entanto, a dependência traz uma deterioração de sua Autonomia enquanto ser humano, não somente quando é uma dependência é a algo, mas também, “ a alguém”. 

Fonte:  saudenainternet



                           

 12 Passos para se Libertar da Dependência Afetiva:



Por:Gabriela Irigaray

O programa de doze passos criado para o AA (Alcoólicos Anônimos), serve para qualquer coisa e tem demonstrado ser eficaz em todo os momentos de nossa vida. Tomei contato com este programa quando desembestei a comer massa....engordei 40 kg...que droga, né? Pois é droga é a palavra certa, mesmo em forma de arroz, espaguete e coca-cola. Usei estes passos voltados para a compulsão alimentar e hoje aplico em toda minha vida, em todos os setores. Abaixo escreverei o texto para um setor que raramente é denotado como compulsão e que erradamente foi chamado de “pessoas que ama demais”....Pois esta é uma realidade muito presente no meu e em muitos consultórios de terapia, psiquiatria e terapia floral, ou seja, a fixação numa pessoa de tal forma que destruímos na nossa vida e se bobear a dos outros e quiçá a do alvo de nossa obsessão. Obs: nunca vivi isso, mas tenho vários casos no consultório e entre amigos. Com certeza se você está sofrendo por um destes motivos deve procurar ajuda. Observe os sintomas:

Pensamos nela o tempo todo, feito um disco quebrado que repete, repete e repete a música.
Os sentimentos oscilam, são confusos como paixão e raiva, frustração e desespero, vontade de estar junto como carrapato e de se “vingar”.
Paramos de ter um vida normal para direcionar nossa vida para o “alvo” de nossa obsessão.
A descarga de adrenalina é constante.
Ficamos procurar nosso objeto de desejo a cada esquina e até a simular falsos encontros por acaso.
Passamos a mentir para nós mesmos e depois para as pessoas.
O quero por que quero aquela pessoa, mesmo que isso gere coisa ruins passa a vigorar;
Muitos apelam para feitiçaria.
Todas as outras pessoas perdem a cor, a graça e o brilho, não conseguimos ver nada salvo o nosso “amor” (patológico).
Quando juntos o processo é destrutivo.
A vida fica infeliz e a solidão toma proporções acima do que seria normal – monstruosa.
Alguns apelam para outras compulsões como bebida, drogas, comida, gastos excessivos, trabalho, ou dormir, dormir e dormir....
Explosões de raiva e ira são comuns.
Pode gerar transtorno bipolar (oscilação de humor), ou transtorno obsessivo compulsivo (manias), ou depressão se uma destas conseqüências não for a causa. Só um psiquiatra ou terapeuta pode lhe dizer.
Achamos que podemos resolver tudo.
Rejeitamos qualquer forma de medicação, pois afinal paixão não é “doença”. Mas pense, pense....: muita gente toma medicamento para um simples dor de cabeça, mas se nega a buscar um profissional e o medicamento para a dor terrível da separação, da rejeição, da co-dependência ou da perda. Fraqueza? Não... medo! O que é comum, mas uma burrice, pois se seu carro não funciona bem você leva no mecânico, não? Então se você está sofrendo seja lá de quem for a culpa, pois não interessa que comida que comeu o fato é que está com dor e precisa de tratamento..., procure um terapeuta e um médico. O primeiro lhe dará o apoio e os florais que você necessita para reestruturar suas atitudes e pensamentos e o segundo o medicamento para que você possa voltar a pensar com coerência e suportar o momento ou a própria vida.

Os doze passos? Tem que estar sempre presentes, pois fazem coisas inimagináveis acontecerem, fazem sua vida mudar e para muito melhor. Os florais e o medicamento são o suporte até para que você chegue nos doze passos e acostume com eles, depois eles farão parte da sua vida e lhe garanto que será maravilhosa. A prova do que estou dizendo? Milhares de AAS e CCAs recuperados. Lá eles não falam e médicos e tratamentos mas como terapeuta é minha obrigação lhe alertar que num surto ou momento crítico você precisa de ajuda médica e do terapeuta floral (os florais emergenciais foram criados para isso).

Então... vamos sair deste ranço e voltar a viver? Você consegue! Ninguém morre de amor, salvo se fizer a besteira de se agredir...., e aí perde a oportunidade de amar de verdade... pois o verdadeiro amor chega sem dor, traz calma, paz e alegria, não euforia. Você vai perder isso por alguém que não te quer mais ou que te faz mal.... por favor... VAMOOOOSSS! Eu tenho certeza que você está pronto para uma nova vida! Sabe quero lhe ajudar a se ajudar, então leia tudinho, pratique bastante e depois se quiser me conte tudo. Mas a moral é ser anônimo, né... ninguém precisa saber de suas nóias... bem vamos começar:

Admitimos que éramos impotentes perante essa pessoa e sua imagem (o álcool, a comida, o fumo, a dor, etc...) – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados do Poder Superior –P.S. (seja lá que nome você der a ele – como deus, deusa, etc...), na forma em que O concebíamos.
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos. (escreva tudo sobre você, mas não fique só nas virtudes ou só nos defeitos, ok! Escreva tudo quantas vezes quiser)
Admitimos perante PS, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que PS removesse todos esses defeitos de caráter (aqui é melhor o termo patologias).
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados. (observe que reparar não é se humilhar)
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com o PS, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem a todos que assim o quiserem (ou aos alcoólicos, ou aos comedores compulsivos, ou aos neuróticos anônimos, etc...) e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.

Quando o ódio ao universo feminino vira doença










O termo internacional dos Direitos da Mulher, promulgado pelas Organizações das Nações Unidas - ONU - se refere à liberdade de todas as mulheres do mundo. Mas muitos desses direitos são ignorados por costumes de certas sociedades machistas.


E pior, podem evoluir para um tipo de violência conhecida como misoginia.


Ainda bastante presente na atualidade, a misoginia não é uma invenção moderna e aparece desde os primórdios das sociedades. A ação corresponde à aversão ou desprezo dos homens a tudo que diz respeito ao universo feminino, mas mais violenta que o machismo.


“O machismo é uma atitude que não aceita a igualdade entre mulheres e homens e defende a supremacia do homem, mas não necessariamente se reverte num comportamento misógino”, explica Lenise Santana Borges, doutora em psicologia.

Muitos pensadores e personagens ilustres da história alimentaram livros e escrituras com ideias misóginas. Aristóteles, Pitágoras, Martinho Lutero e Leon Tolstói são alguns dos grandes nomes que consideravam a mulher com um ser naturalmente inferior.

“A misoginia pode se manifestar de diversas formas, desde atos que desqualifiquem aquilo que for do universo feminino até atitudes mais violentas e hostis, como ódio e repulsa às mulheres”, comenta a psicóloga. Muito desses mitos ainda aparecem em sociedades fundamentalistas e em vários outros ambientes menos radicais, como o Brasil, por exemplo.

Os homens misóginos podem se apresentar de diferentes maneiras. Os mais comuns são os que expressam seu ódio por meio de maus tratos físicos ou psicológicos e apresentam características narcisistas ou sádicas. O complicado é que normalmente são conquistadores e galantes e, por isso, quando mostram as agressões, as mulheres custam a acreditar.

Um histórico de rejeição e abandono ou de uma relação conturbada dos pais pode criar um filho misógino e pode ser que ele tenha aprendido em casa que a única forma de controlar uma mulher é oprimindo-a. Qualquer que seja a história, o homem misógino é no fundo muito inseguro e traz consigo uma dor infantil que não soube lidar de forma correta.

“São homens que têm dificuldade de estabelecer vínculos afetivos e amorosos com mulheres, e que ao longo da vida, ao se depararem com situações de frustração nas quais eles não são os eleitos amorosos, projetam nas mulheres seus sentimentos de inadequação”, discorre Lenise.

O livro “Homens que odeiam suas mulheres e mulheres que os amam”, de Susan Forward e Joan Torres, da editora Rocco, lista três opções para uma mulher que vivem um relacionamento desse tipo: manter-se submissa para preservar a relação, pedir a separação ou então construir uma nova relação com o mesmo homem.

As que resolverem escolher a terceira opção terão um longo trabalho de resgate pela frente. Encontrar novamente a autoestima, assumir seu lugar na relação e estabelecer limites claros para o parceiro são os primeiros passos. Provavelmente, ambos precisarão de suporte terapêutico para atingir os objetivos em busca da felicidade.

Seja como for, dificilmente o homem misógino reconhece seu problema e aceita a terapia. Quando concorda em fazê-la, logo interrompe o processo. Para conseguir chegar ao fim, deve admitir que é autor dos problemas da relação e no fundo, apenas um homem sedento de amor.



Por Talita Boros


Fonte: vilamulher




O termo grego "misógino"


O termo grego "misógino" é utilizado pelos psicólogos para designar a pessoa que odeia mulheres: miso = odiar e gyne = mulher. Isso, teoricamente falando, porque, na vida real, nem sempre é fácil reconhecer um misógino.

À primeira vista, ele é muito educado, gentil; e, em geral, considerado um gentleman. Tem muita facilidade em conquistar a mulher por quem está interessado, pois age de maneira extremamente amorosa, o que o torna quase irresistível.

Sua atitude demonstra um apaixonamento e uma dedicação tão intensos que, com o decorrer do tempo, fica cada vez mais difícil para a mulher estabelecer limites seguros e ser capaz de atribuir-lhe quaisquer responsabilidades na eventual geração de conflitos ou turbulências no relacionamento.

Na verdade, estabelece-se um contrato tácito (sem palavras, mas compreendido por ambos), no qual o homem vai, imperceptivelmente avançando nos limites, a fim de tomar pé de até onde pode ir com seu estilo manipulador e altamente controlador.

A mulher, por sua vez, a fim de "preservar" a relação", tenta ser boa todo o tempo e evita confrontá-lo. Com isso, evidentemente, o relacionamento fica assimétrico e ela, naturalmente, fragiliza-se cada vez mais.

Esse controle do misógino vai avançando de tal maneira que chega a alcançar as áreas financeira e íntima, prejudicando a sexualidade do casal. Ainda que a mulher faça tudo para evitar desentendimentos, ele acaba sempre convencendo-a de que ela sempre está errada.

Com o tempo, ela passa a medir cada palavra que pronuncia, uma vez que, confusa e cada vez mais perplexa, teme que tudo “desmorone” de uma hora para outra. À essa altura, ela já está irreconhecível e a sua auto-estima se encontra totalmente minada.

Torna-se difícil tomar qualquer atitude, uma vez que o homem utiliza argumentos que lhe soam tão lógicos para o bem da relação, que ela passa a chafurdar-se num mar de lodo emocional.

A única coisa que ele deseja é sentir que ela lhe dê mostras de seu amor incondicional por ele, através de muita compreensão e do atendimento de suas mínimas necessidades, sem demonstrar qualquer tipo de aborrecimento. Algumas vezes, ele estoura e, em seguida se arrepende, voltando a ser o homem maravilhoso do princípio...até que novo estouro aconteça.

Vale ressaltar que, a despeito dessa descrição avassaladora da atitude de um misógino, ele está totalmente inconsciente dela e sequer tem noção da dor que sua atitude produz no outro. Seu comportamento é, na verdade, um subproduto de sua história de vida na família de origem, que lhe causou um sofrimento psicológico, o qual não pôde ser evitado.

Geralmente, ele é oriundo de um relacionamento conturbado entre seus pais, com o qual aprendeu que oprimir a mulher é a única maneira de controlá-la.

Como adulto, ele “atualiza” a vivência sofrida no passado, buscando desesperadamente ser amado, ainda que de uma maneira totalmente deturpada.

Já em relação à mulher que tende a relacionar-se com um misógino; o mais provável é que ela tenha sido infantilizada pela sua família pregressa e, por essa razão, tenta encontrar no parceiro, suporte, apoio e amor, como forma de compensação.

Assim sendo, embora pareça que o misógino seja o carrasco e a mulher seja a vítima, a verdade é que existe um conluio entre eles. De uma forma doentia, precisam um do outro.

A solução para esse problema é um dos dois sair do círculo vicioso e começar a agir de uma maneira nova. Geralmente, quando isso acontece, existem três possibilidades:

1. A mulher mantém-se submissa, para conservar consigo o seu homem.

2. Ela prefere separar-se dele.

3. Ela decide investir numa nova relação com o mesmo homem.

As que optam pela última opção terão que elaborar a reconstrução de sua auto-estima, estabelecer limites claros, ser firmes perante o parceiro e assumir o seu lugar dentro da relação. Para isso, com toda probabilidade, elas necessitarão de ajuda terapêutica.

O resultado dessa atitude provocará uma solução do problema que provavelmente será: ou o seu misógino desistirá de ser o algoz para ficar a seu lado, ou desistirá da relação.

De qualquer forma, ela terá conquistado o resgate de sua auto-estima.


Baseado no livro: “Homens que odeiam mulheres & mulheres que os amam “, de Susan Forward e Joan Torres- texto de SÔNIA NEMI

(www.sonianemi.com)



Fonte: psico_terapeuta



Se desejas aprender mais sobre o amor, visite meu arquivo :

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