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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Que é do Outro Não Nos Completa







Por: Andrea Pavlovitsch


O que vem do outro não me completa! Comecei a pensar nisso quando, tempos atrás, me senti muito amada por um homem. Ele fazia tudo para mim: mandava flores, mensagens de texto a cada cinco minutos, dizia que me amava e que queria casar e ter muitos filhos o quanto antes. Eu achava aquilo lindo, mas, não sei, tinha alguma coisa que não batia. Não adiantava muito, sabe? Não me fazia sentir gostosa dentro do peito, quentinha, cheinha. Era muito melhor para o meu ego, do que para a minha alma.

Comecei a perceber que eu ficava mais feliz quando amava alguém (que nem me amava muitas vezes) e quando via essa pessoa, do que quando ele me dava todas aquelas demonstrações de afeto. Foi aí que eu percebi: o que é do outro não nos preenche. O nosso amor é nosso e é muito mais legal amar, do que ser amado. Claro que é perfeito quando as duas coisas acontecem juntas, mas sabemos que nem sempre isso é possível. As vezes o amor acontece de uma forma bem estranha. Ele vem da alma porque nós estamos em conexão com ela (e alma quando gosta, gosta mesmo), mas pode não ir para outro. Esquisito, né? Você amar tanto alguém e isso não significar nada para a outra pessoa.Na verdade, não significa mesmo, se ela não amar também. É a mesma coisa que você descrever a dor que está sentindo quando aquele vaso cai no seu dedinho do pé. Você pode explicar, desmaiar, mas o outro não vai sentir aquilo, não vai sentir dor nenhuma. Com certeza vai se arrepiar e pensar “ainda bem que não foi comigo”. Mas saber, isso realmente nunca.

Recebo muitos e-mails de mulheres dizendo que elas amam e não são correspondidas e que não entendem como isso pode acontecer. Eu digo, acontecendo. O outro nunca é obrigado a sentir o que nós sentimos. Mas, infelizmente, é difícil pra gente entender isso. Uma mulher, principalmente, pode passar a vida convencida de que só falta um pouco, um pouquinho, para aquele cara perceber que a ama. Mesmo que isso seja verdade, pode até ser, assumir é outra história, e precisamos aceitar isso. E, quando o amor do outro vem de graça, não nos satisfaz.

Então, qual é o mistério do amor?Amar. Amar sempre. Amar tudo. Desde as suas plantinhas, seu trabalho, seu homem, sua mulher. Seus filhos, a sua praia preferida, seu corpo, sua sexualidade. Fazendo um exercício de amor a todo o instante, com tudo o que estiver ao nosso redor. Com cada coisa que se mover, ou não. Com cada pessoa que se aproximar. Pode ser que algumas destas pessoas despertem também o desejo sexual. Pode ser que sejam grandes amigos, de coração, que também amamos. Tudo é amor. Tudo é a mesma energia amorosa e contagiante. Tudo é uma questão de aceitarmos isso nas nossas vidas e escolher, sempre, com o coração.

E nada de jogos. Só amor. Mesmo que seja “errado e torto”. Mesmo que todo mundo te diga que não é bem assim, que ele não é pra você, que ela é meio vagabunda demais. Não interessa. Sentir é a arma mais poderosa que temos. É onde se instala o nosso verdadeiro poder. O poder de Deus (Universo, Jesus, Energia) dentro da gente. É uma força imensa, enorme que nos toma e a tudo ao nosso redor, que nos faz crescer, expandir, multiplicar. E se Deus inventou uma sensação melhor do que essa, sinceramente, guardou só pra ele.Então, vamos parar com o amor mesquinho? O amor do tipo “eu te dou se você me der”? Não tem nada de amoroso nesta atitude. Não é sentir. É só um poder do ego que morre na praia porque não faz o menor sentido. Pessoas que não sentem são muito, muito perigosas. Tenho medo delas. Porque não tem a menor noção de quem sejam.Mais amor. Mais alma. Menos ego. Sempre.

Andrea Pavlovitsch
Psicoterapeuta holística

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