AH, O CORAÇÃO...
"Acho uma pena que falar em coração tenha se tornado uma coisa tão antiga. Mas o fato é que tornou-se.
Coração dilacerado, coração em pedaços, coração na mão...
Sentimos tudo isso, mas a verbalização soa piegas.
E, no entanto, estamos falando dele, do nosso órgão mais vital, do nosso armazenador de emoções, do mais forte opositor do cérebro, este sim, em fase de grande prestígio.
O que está em alta?
Inteligência, raciocínio, lógica, perspicácia!
Gostamos de pessoas que pensam rápido, que são coerentes, que evoluem, que fazem os outros rirem com suas ironias e comentários espertos.
Toda essa eficiência só corre risco de desandar quando entra em cena o inimigo número 1 do cérebro: o coração.
É o coração que faz com que uma super mulher independente derrame baldes de lágrimas por causa de uma discussão com o namorado.
É o coração que faz com que o empresário que precisa enxugar a folha de pagamento relute em demitir um pai de família.
É o coração que faz com que todos tremam seus queixinhos quando o Faustão põe no ar o quadro arquivo confidencial!
Eu gostaria que o coração fosse reabilitado, que a simples menção dessa palavra não sugerisse sentimentalismo barato, mas para isso é preciso tratá-lo com o mesmo respeito com que tratamos o cérebro, e com a mesma economia.
Se a expressão 'beijo no coração' é considerada 'over', voltemos a ser simples.
Mandemos beijos e abraços sem determinar onde; quem os receber, tratará de senti-los no local adequado."
(Martha Medeiros)
Porque um coração partido realmente dói?
As pessoas, quando levam um fora, geralmente dizem que estão com dor no coração. Parece um apelo romântico, porém pesquisadores encontraram uma ligação genética entre a dor física e a rejeição social. E, isso significa que, terminar com alguém realmente pode ser doloroso.
Psicólogos da Universidade de Califórnia, Los Angeles, disseram que o corpo humano tem um gene que se conecta a dor física sensitiva com a dor social sensitiva. As descobertas trouxeram de volta a teoria comum que a rejeição “dói”, mostrando que um gene regula um dos mais potentes analgésicos do corpo – mu-opióide – que foi incluindo nas experiências de dores sociais também.
O estudo indica que uma variação do receptor do gene da modulação opióide (OPRM1), frequentemente agregado com dores físicas, é associado quanto uma pessoa sente de dor social em resposta da rejeição social.
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Pessoas com esse formato raro de gene são mais sensíveis à rejeição e possuem mais evidências cerebrais de aflição em resposta à rejeição do que aqueles que têm um formato comum.
Os pesquisadores coletaram amostras de saliva de 122 participantes para avaliar qual formato de gene de dor OPRM1 eles possuíam, e mediram a sensibilidade para rejeição. Os participantes completaram um levantamento que avaliava suas próprias sensibilidades a rejeição. Eles eram indagados, por exemplo, se concordavam ou discordavam com declarações como “Eu sou muito sensível para qualquer sinal que uma pessoa não queira falar comigo.”
Essa é a primeira vez que foi provado que os genes envolvidos na dor física estão ligados a rejeição social e um término de namoro. A co-autora do estudo, professora Naomi Eisenberger diz que essa sobreposição na neurobiologia da dor física e social faz sentido.
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