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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Apaixonamento.





 
"Minh’alma de sonhar-te anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver! 
Não és sequer razão do meu viver, 
Pois que tu és já toda a minha vida! "









         Por : Davy Bogomoletz




1 - O apaixonamento patológico, em que uma pessoa busca numa outra a reconstrução de uma díade onde fundir-se, a fim de novamente buscar a integração. 
2 - O apaixonamento que eu chamaria ‘momentâneo’, que ocorre entre pessoas mais amadurecidas, com um eu integrado e estabelecido onde o estado de maravilhamento inicial, em vez de levar à paixão patológica, leva ao amor. 
3 - E o estado chamado propriamente ‘amor’, onde duas pessoas se apóiam mutuamente não porque se necessitam para ‘tornarem-se pessoas".




O tema da paixão, como um fenômeno estreitamente relacionado ao do amor, a ponto de muita gente tomar um pelo outro sem muito refletir, vendo na paixão apenas uma forma mais ‘viva’, mais ‘colorida’, mais ‘cheia de graça’ que o amor, merece mais do que a entusiasmada torcida de um certo grupo de profissionais da psicanálise, movidos que são, justamente, pelo ‘entusiasmo’. Curiosa a presença desse termo neste contexto, já que seu sentido etimológico é ‘possuído por um deus’, em grego. A pergunta ‘o que têm os deuses a ver com isto’ é algo que tentarei explicar mais adiante. Em todo caso, sinto nessa questão o cheiro de mais uma presença: a de um rei, ou imperador, um certo Guilherme, o famoso Wilhelm Reich, o Rei do Orgasmo... 

O relacionamento entre duas pessoas pode ter dois objetivos: 1 – uma delas dá apoio à outra. 2 – ambas se apóiam reciprocamente. Nos dois casos podem, a meu ver, acontecer fenômenos geralmente chamados de ‘amor’ ou de ‘paixão’, conforme o caso, e essa já é uma primeira diferença entre as duas classificações. Isto porque o termo ‘paixão’ geralmente implica um envolvimento não só mais intenso, como muitas vezes mais unilateral que o termo ‘amor’, em que não se trata tanto de uma necessidade de receber apoio, quanto de um sentimento mais generoso e menos ligado à idéia de ‘necessidade’. 

Um dos aspectos que gostaria de apontar aqui é o de que, quanto a isto, entre ‘amor’ e ‘paixão’ há mais uma diferença de quantidade que de qualidade: em certo sentido, constituem um contínuo. Por um lado, é possível dizer que ‘amor’ implica um fenômeno mais ameno, mais sereno, e por isso mesmo mais duradouro que a ‘paixão’, geralmente mais tempestuosa. Por outro, gostaria de sugerir que nenhum dos dois fenômenos é destituído de ‘necessidade’: tanto a pessoa que ama quanto a pessoa apaixonada necessitamda outra pessoa, mesmo quando se trata de um amor em que uma pessoa adulta cuida de uma criança. Se há amor, há necessidade, este é um dos corolários do que desejo descrever aqui. A diferença, então, seria dada pelo grau dessa necessidade.













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