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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Amar errado.



Por André Debevc

Atire a primeira pedra quem já não amou errado. Largou a pedra, né? Pois é, todos nós já o fizemos. Todos nós já amamos bem errado. Amar errado não é exceção, é a regra. Só assim a gente aprende, só assim a gente sofre. E cresce. Aquela menina linda que você amava tanto e com quem queria passar o resto da vida, aquela mulher cheia de vida e planos que você achava que iria te fazer um homem melhor, e até mesmo a paixão adolescente que fez você passar sua primeira noite em claro. Amores errados. Todos eles. Se você olhar bem, vai entender porque.

É difícil é entender as regras do amor. Só com uma coleção de cicatrizes e um punhado de mágoas e amores mal resolvidos que entendemos algumas verdades. Aquela coisa de que os opostos se atraem é uma enorme besteira, por exemplo.

Opostos se distraem e os dispostos se atraem, isso sim. Não se ama duas vezes a mesma mulher. Não se entregue demais a quem acredita ou adora coisas muito diferentes de você. Dê mais valor a quem te faça rir, essas coisas. Moças fingem que amam. Mulheres fingem orgásmos. Importante mesmo é saber reconhecer essas criaturas. E fugir das duas.
Amar em si não é o problema, é coisa que dá e passa.
É coisa saudável, que às vezes nos destruir pra começar do zero, mas faz parte.
O problema é amar errado. É olhar pra trás e reconhecer que vocês nunca olharam na mesma direção.
E amar errado dói. Dói depois. Dói perceber que você investiu em uma relação fadada ao fracasso.
Então, meu camarada, se você desconfiar que não está amando certo, saia fora. Pratique a quase impossível arte de acabar bem, de acabar na hora certa.
É um favor que você estará fazendo para sua vida inteira – e não só um gesto louvável de cavalheirismo.
Porque talvez ainda dê tempo de se salvar. Talvez ainda dê tempo de conseguir não trair a você mesmo.
Pode ser que seja o último lampejo de lucidez antes que seja tarde demais pra alimentar algum tipo de ressentimento, seu ou dela. Se faça esse favor. Não fuzile a esperança ou semeie fantasmas.
Deixe espaço para o que vem depois.
Até porque quando a gente reencontra a esperança, aquela guardada numa gaveta que tínhamos perdido junto com um relacionamento que se foi, entendemos que ela ainda é um dos grandes combustíveis do amor. Nos transforma novamente numa folha em branco.
Por isso a nossa teimosia, pela chance de um novo começo. Uma folha em branco pode ser qualquer coisa.
Até mesmo feliz. E numa hora dessas não é que o medo de amar errado suma. Ele, frustrações, sucessos e amores que quase deram certo sempre vão existir. Mas desta vez vai. Desta vez, vai.



Se vc desejar visitá-lo:  http://cronicasdeguardanapo.blogspot.com/


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Um comentário:

Anônimo disse...

Rejane,

Amei o texto do André e também assino em baixo.
O duro é reconhecer tudo que está escrito. Embora esteja todo no gênero masculino, é só fazer a troca para nós, mulheres. Dói viu enxergar que é tudo isso mesmo. Chorei. E escrevo isso com lágrimas nos olhos.... Ah! quanto tempo perdido!!


bjs.

Se desejas aprender mais sobre o amor, visite meu arquivo :

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