Por
Rosana Braga
Algumas pessoas, depois
de passar um longo tempo sem namorar, entram numa espécie de redemoinho de
ansiedade e desespero, pensando e agindo de modo visivelmente desesperado para
conseguir engatar um encontro, um caso, qualquer que seja a forma de
vínculo.
Claro que a maioria nem
percebe essa dinâmica desvairada que adota. Muitos acreditam mesmo que estão
apenas “lutando” por alguém que lhes interessa – e nada mais natural. Mas a
questão é que sempre tem alguém, ou melhor, essas pessoas se apaixonam e se
desapaixonam quase que semanalmente.
Há ainda aquelas que
nunca ficam sem uma história de “amor”. Estão sempre enroladas e sofrendo. E
assim, terminam assumindo como seus aqueles perfis sustentados pelo azar: “tenho
o dedo podre para relacionamentos”, “só atraio pessoas erradas”, “não nasci para
ser feliz no amor”, entre outros.
E apesar disso,
praticamente afogadas na inconsciência e na falta de autoconhecimento, essas
pessoas não se dão conta de que precisam parar, olhar para si mesmas, sentir e,
sobretudo, refletir sobre algumas questões básicas: “o que eu realmente quero?”,
“o que estou buscando no outro que, talvez, devesse encontrar antes em mim
mesma?”, “por que será que não tem dado certo?”, “será que devo mudar algo em
mim para que os encontros sejam mais harmoniosos?”.
Se você tem se sentido
angustiado, carente e frustrado porque não consegue namorar, cuidado com a
cilada do “vou conseguir, custe o que custar”. Veja bem: quando você se
predispõe a pagar qualquer preço por uma companhia, só pra poder “provar”, seja
para si mesmo ou para quem quer que seja, que você é capaz de atrair um par, é
muito provável que a conta, isto é, o tal preço de custo seja bem mais alto do
que você imaginava.
Relacionamento tem de
ser caminho para a evolução e não para a involução, para a autodestruição, para
a aniquilação de autoestima, segurança e amor próprio. Amor tem de ser gratuito,
fluido, gostoso. Encontro tem de ser leve, divertido, motivador. Namoro tem de
ser sinônimo de troca, reciprocidade, acréscimo,
encantamento.
Mas tudo isso de bom só
é possível quando você tiver noção do quanto merece, do quanto realmente pode
ser feliz. E assim, em vez de pagar para ter alguém em sua vida, compreenderá
que se fôssemos comparar o entrelaçamento de dois corações com uma negociação,
estaria mais para uma permuta: você dá o seu melhor e recebe do outro o melhor
que ele tem a oferecer. Ninguém precisa pagar nada. Não há custos, a não ser o
da aprendizagem.
Portanto, pare de
atirar para todos os lados, desperdiçar os seus dias em função de um outro que
você nem sabe se te quer. Desespero não atrai e sim espanta, assusta. Lembre-se:
para atingir um alvo, você precisa de foco, precisão e conhecimento. E para
conquistar um coração, você precisa de sensibilidade, cuidado, respeito e
autopercepção. Se conseguir exercitar o melhor dessas artes, é bem provável que
você pare de pagar – e muito caro – para viver encontros que mais servem para te
roubar toda sua esperança do que para te fazer feliz de
verdade...
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