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sábado, 13 de agosto de 2016

Fome de amor


  Fome de amor.


Fome significa ausência, falta, privação - pode ser tanto de alimento como de amor. Em termos de alimento, existem vários tipos de fome. A fome pura e simples, fome oca, por falta de ter o que comer. E existe ainda a fome insípida, que é causada pela monotonia - sempre arroz e feijão. 

Carência, por sua vez, é fome de amor. É um estado passageiro ou crônico de subalimentação emocional. As sensações são tanto psicológicas como físicas: dor no peito e na boca do estômago, sensação de vazio, de frio. Pode haver motivos arraigados em cada um de nós para essa fome. Em geral, está ligada a falta, a perda. Perder significa ser privado de, cessar de ter. Se sofremos uma perda de um ser querido por morte, divórcio ou rejeição, a fome vai crescendo e ficamos desnutridos emocionalmente. 

Provavelmente não morremos, mas muitas vezes essa fome crônica é capaz de gerar uma reação extremada. Para não senti-la, podemos amortecer em nós mesmos essa necessidade de amar e de sermos amados. Se congelarmos uma parte do nosso corpo ou do nosso coração, não vamos sentir nem o bom nem o ruim. Nada. Mas não nascemos para ser icebergs, e sim para ser humanos. Somos vulneráveis tanto ao amor como à falta dele. 

O coração humano só se tornaria perfeito se virasse inquebrável. Como isso nunca vai acontecer, é melhor deixá-lo pulsar - assumindo o risco de amar, de ir em busca do amor. 

Reaquecer o próprio corpo, o coração, dói, mas vale a pena. Às vezes, é preciso ter ajuda de um especialista. Se congelarmos nossas emoções, nossos sentimento, nos sentiremos protegidos. O medo da rejeição é tão grande que para evitar o sofrimento criamos uma dupla proteção. Só que isso é um mecanismo de defesa contra a dor. Na vida é assim: aparecem ameaças, perigos de todos os tipos e aprendemos a enfrentá-los. Só que exageramos na dose, aprendemos "bem demais". Criamos proteção exagerada. Então, o que acontece é uma reação exagerada ao contrário. Aí não vamos sentir nem a dor nem o prazer. Mas essa é uma falsa sensação de invulnerabilidade. 

Não existe imunidade contra o sofrimento. Todos carregam as cicatrizes de mil ferimentos. Os da infância, os da adolescência, que às vezes ainda sangram, os da idade adulta, dos sonhos não vividos. Como fazer com que todos desapareçam? 

A resposta está em se fortalecer para ter a coragem de viver e esperar da vida aquilo que ela pode nos dar. Uma das conquistas mais difíceis é nos liberarmos das expectativas irreais sobre o que sentimos que a vida deveria ser. Ela deveria ser mais justa em sua distribuição de dor e sofrimento. Deveria proporcionar mais oportunidades de crescimento pela felicidade que do sofrimento. As pessoas de quem gostamos não deveriam ter problemas nos momentos em que mais precisamos delas. O fato de termos aprendido tanto com o sofrimento deveria poupar-nos de qualquer dor no futuro. Mas cada uma dessas idéias é uma expectativa irreal. 

A vida é o que é. Todos somos vulneráveis e carentes. À medida que nos libertamos das expectativas irreais em relação à vida, começamos a recriar nós mesmos, nossos objetivos, nossas relações com os outros. Como nossas expectativas quanto a nós mesmos e aos outros se tornam aos poucos mais realistas, fica mais difícil nos iludirmos e mais fácil nos satisfazermos. 

Não existe seguro contra o risco de amar. Há muita dor no amor e, claro, sempre existem riscos. Não podem nos impedir de pensar se não existiria um jeito melhor de viver em que a dor não viesse sempre misturada ao prazer. Mas na vida é assim: ou você pega os dois ou fica sem nada. Dor e prazer são o pão cotidiano dos homens. Talvez o mais importante seja amar e aprender.



Maria Helena Matarazzo 





Já dizia o velho e bom amigo Freud, que somente por nascer e nos separarmos da mãe, ficamos com uma falta existencial pelo resto da vida. Vamos preenchendo-a com inúmeras coisas: escola, amigos, família, coleções, TV, esporte, comida, universidade, trabalho, etc, etc. 

É interessante notar que quando abraçamos algo novo, nos sentimos mesmo "apaixonados" pelo que estamos fazendo, só que ali adiante isso tende a diminuir (como nos relacionamentos) e a falta volta a cutucar. É só saber que ela sempre estará lá e que nada a preenche totalmente, por todo o tempo. A falta move o ser humano a buscar ações, criações, atividades. Quem não sabe lidar com a falta troca de tudo a todo momento: de namorado, de atividade, de trabalho, de casa, de cara, de corpo, de cidade, etc. Porque não aguenta conviver com um "não sei", com um "nada", com um "sem novidades", com um "vazio", que nos assaltam de quando em vez. 

É preciso suportar a falta, vivenciá-la. Por outro lado, quem vive na "falta" entra em depressão. O ideal é ir preenchendo-a com atividades coerentes às nossas habilidades e aptidões, aos caminhos já transcorridos, às possibilidades que a sociedade nos oferece, aos limites do nosso corpo e a verdadeira existência do outro, sem idealizações. Só assim evitamos grandes frustrações. 

Me parece que ninguém é completamente feliz ou completamente infeliz. Temos estados de felicidade e esta é particular para cada um de nós. Felicidade pode ser ter saúde, uma família que me apóie, ter amigos, uma casa, passarinhos visitando minha varanda, um companheiro de quem eu goste, que goste de mim e me respeite, dar aulas, dançar Flamenco e viajar de quando em vez. 

Só que nem sempre minha família estará disponível, nem meus amigos, nem o companheiro será 100% atento às minhas carências talvez falte dinheiro para viajar no próximo feriado, e eu tenha que parar de dançar o Flamenco por causa da dor nos joelhos. E isso me deixará certamente num estado de "falta" que causará desconforto e certa tristeza, uma "infelicidade". Normal. Ela não me aniquila porque os passarinhos continuam visitando a minha varanda, aqui, no 17º andar.


Ana Cristina Canosa 






Como dependência, ou adicção (termo técnico), designamos comportamentos dependentes como a álcool, drogas, fumo, e outros comportamentos compulsivos como os dependentes ao sexo, ao jogo, às compras, etc.

Geralmente o adicto descreve sentir um “vazio” que em momentos de grande ansiedade sente a compulsão em buscar o objeto de sua dependência, como que para preencher-se interiormente, e assim sanar a tensão.

Então, neste momento, exercer o ato (drogar-se, jogar, alcoolizar-se, amar, fazer sexo, etc), torna-se uma obsessão pela angústia que sente por não o fazer, e esse desconforto é tão grande como se disso dependesse sua própria vida.

É comum chamarmos de co-dependencia, a dependência de um familiar de um adicto, (um dependente qualquer).

Devemos lembrar que a co-dependência é sempre uma dependência “ao outro”, e é o que quero tratar neste texto.

Porém, quero fazer um “parêntese” neste ponto do texto, para alguns esclarecimentos sobre o termo dependência ou co-dependencia.

A “dependência emocional” é um termo leigo, coloquial, que designa pragmáticamente a patologia na sociedade, na psicologiao termo correto é “adicção”.

Lembrando que o diagnóstico psicanalítico (minha área) se faz de forma estrutural e dinâmica, ou seja, entendemos que cada pessoa tem suas características próprias e pessoais e por isso buscamos entender em cada individuo, o conjunto de expressões que o constituem e o sustentam como sujeito.

Assim, no nosso entender, um dependente ou co-dependente tem suas motivações para tal, diferentes de outro indivíduo na mesma situação, pois cada um tem sua história de vida, suas capacidades e necessidades individuais, seu contexto sócio-cultural e seus relacionamentos dinâmicos próprios.

E buscamos neste sujeito, entender como se sustentam seus “núcleos” obsessivos, fóbicos, maníacos, depressivos, etc.

Além do fato de que quando rotulamos alguém, ou sua patologia, estamos colocando o sujeito num “invólucro” e portanto num paradigma.

Deixando este esclarecimento em adendo, voltamos ao tema; a co-dependencia sempre aparece como uma dependência à outras pessoas dependentes, ou seja, uma situação na qual, por algum motivo interior e pessoal, o indivíduo sente-se preso ao dependente, e mesmo sabendo (conscientemente) que não está sendo saudável essa convivência para si, não consegue se afastar e voltar-se para sua vida pessoal, colocando-se em segundo plano, e assim, vivendo em função do dependente.

Isso acontece muito quando falamos em drogados, viciados, compulsivos de toda ordem, ou seja, como já disse, o co-dependente geralmente é dependente de um dependente.

Quando temos um drogadicto (viciado em drogas) como familiar muito próximo, (ou um alcoolista por exemplo), nossa vida é afetada, ou melhor de toda a família.

E por mais que cada familiar leve na brincadeira e pense “um dia isso acaba”, saiba que as repercurssões são muito profundas e certamente vão acompanhar os membros da família por toda a vida.

O ponto principal na co-dependencia é o fato de que apesar de sofrermos muito não conseguimos “tocar” nossa vida naturalmente, pois nos sentimos na obrigação de viver em função do dependente.

Por isso, dizemos que quando um membro da família é dependente, a família está doente ou seja, é uma família co-dependente.

Isso porque todos os membros da família são afetados pelo fato e têm, cada um, sua parcela de ansiedade, de culpa, de angústia que se manifesta num conjunto dinâmico, tendo como pivô o dependente.

Mas não é só isso, o co-dependente também é o que se torna escravo de outra pessoa (do dependente no caso), e se sujeita a abusos de toda ordem para manter o relacionamento.

Na verdade ele até tem consciência de que o relacionamento não é saudável, mas não consegue sair desta situação, isso porque as motivações que o levaram a tal posição são inconscientes.

O assunto é extenso e me proponho a esclarecer mais sobre isso, dando continuidade a este texto em uma série que se inicia nesta primeira parte .

Quero atentar também para o fato do dependente ser do tipo dependente emocional e depender do próprio indivíduo que se sente co-dependente, havendo uma simbiose entre os dois, mas de uma forma doentia trazendo angústia e sofrimento para ambos.

Mas de momento, quero somente para terminar esta primeira parte, alertar também para o fato de que cada um de nós têm um grau de dependência, que é até natural, e esperado num ser humano saudável, e isso é importante nos nossos relacionamentos afetivos mais próximos, mas também temos um grau de “Autonomia” ( e que também não pode ser demasiado ) que nos mantém saudáveis, isso não quer dizer ser auto-suficiente pois somos um ser social e precisamos do convívio com o outro, dos estímulos e afetos trocados nos relacionamentos, no entanto, a dependência traz uma deterioração de sua Autonomia enquanto ser humano, não somente quando é uma dependência é a algo, mas também, “ a alguém”. 

Fonte:  saudenainternet



                           

 12 Passos para se Libertar da Dependência Afetiva:



Por:Gabriela Irigaray

O programa de doze passos criado para o AA (Alcoólicos Anônimos), serve para qualquer coisa e tem demonstrado ser eficaz em todo os momentos de nossa vida. Tomei contato com este programa quando desembestei a comer massa....engordei 40 kg...que droga, né? Pois é droga é a palavra certa, mesmo em forma de arroz, espaguete e coca-cola. Usei estes passos voltados para a compulsão alimentar e hoje aplico em toda minha vida, em todos os setores. Abaixo escreverei o texto para um setor que raramente é denotado como compulsão e que erradamente foi chamado de “pessoas que ama demais”....Pois esta é uma realidade muito presente no meu e em muitos consultórios de terapia, psiquiatria e terapia floral, ou seja, a fixação numa pessoa de tal forma que destruímos na nossa vida e se bobear a dos outros e quiçá a do alvo de nossa obsessão. Obs: nunca vivi isso, mas tenho vários casos no consultório e entre amigos. Com certeza se você está sofrendo por um destes motivos deve procurar ajuda. Observe os sintomas:

Pensamos nela o tempo todo, feito um disco quebrado que repete, repete e repete a música.
Os sentimentos oscilam, são confusos como paixão e raiva, frustração e desespero, vontade de estar junto como carrapato e de se “vingar”.
Paramos de ter um vida normal para direcionar nossa vida para o “alvo” de nossa obsessão.
A descarga de adrenalina é constante.
Ficamos procurar nosso objeto de desejo a cada esquina e até a simular falsos encontros por acaso.
Passamos a mentir para nós mesmos e depois para as pessoas.
O quero por que quero aquela pessoa, mesmo que isso gere coisa ruins passa a vigorar;
Muitos apelam para feitiçaria.
Todas as outras pessoas perdem a cor, a graça e o brilho, não conseguimos ver nada salvo o nosso “amor” (patológico).
Quando juntos o processo é destrutivo.
A vida fica infeliz e a solidão toma proporções acima do que seria normal – monstruosa.
Alguns apelam para outras compulsões como bebida, drogas, comida, gastos excessivos, trabalho, ou dormir, dormir e dormir....
Explosões de raiva e ira são comuns.
Pode gerar transtorno bipolar (oscilação de humor), ou transtorno obsessivo compulsivo (manias), ou depressão se uma destas conseqüências não for a causa. Só um psiquiatra ou terapeuta pode lhe dizer.
Achamos que podemos resolver tudo.
Rejeitamos qualquer forma de medicação, pois afinal paixão não é “doença”. Mas pense, pense....: muita gente toma medicamento para um simples dor de cabeça, mas se nega a buscar um profissional e o medicamento para a dor terrível da separação, da rejeição, da co-dependência ou da perda. Fraqueza? Não... medo! O que é comum, mas uma burrice, pois se seu carro não funciona bem você leva no mecânico, não? Então se você está sofrendo seja lá de quem for a culpa, pois não interessa que comida que comeu o fato é que está com dor e precisa de tratamento..., procure um terapeuta e um médico. O primeiro lhe dará o apoio e os florais que você necessita para reestruturar suas atitudes e pensamentos e o segundo o medicamento para que você possa voltar a pensar com coerência e suportar o momento ou a própria vida.

Os doze passos? Tem que estar sempre presentes, pois fazem coisas inimagináveis acontecerem, fazem sua vida mudar e para muito melhor. Os florais e o medicamento são o suporte até para que você chegue nos doze passos e acostume com eles, depois eles farão parte da sua vida e lhe garanto que será maravilhosa. A prova do que estou dizendo? Milhares de AAS e CCAs recuperados. Lá eles não falam e médicos e tratamentos mas como terapeuta é minha obrigação lhe alertar que num surto ou momento crítico você precisa de ajuda médica e do terapeuta floral (os florais emergenciais foram criados para isso).

Então... vamos sair deste ranço e voltar a viver? Você consegue! Ninguém morre de amor, salvo se fizer a besteira de se agredir...., e aí perde a oportunidade de amar de verdade... pois o verdadeiro amor chega sem dor, traz calma, paz e alegria, não euforia. Você vai perder isso por alguém que não te quer mais ou que te faz mal.... por favor... VAMOOOOSSS! Eu tenho certeza que você está pronto para uma nova vida! Sabe quero lhe ajudar a se ajudar, então leia tudinho, pratique bastante e depois se quiser me conte tudo. Mas a moral é ser anônimo, né... ninguém precisa saber de suas nóias... bem vamos começar:

Admitimos que éramos impotentes perante essa pessoa e sua imagem (o álcool, a comida, o fumo, a dor, etc...) – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados do Poder Superior –P.S. (seja lá que nome você der a ele – como deus, deusa, etc...), na forma em que O concebíamos.
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos. (escreva tudo sobre você, mas não fique só nas virtudes ou só nos defeitos, ok! Escreva tudo quantas vezes quiser)
Admitimos perante PS, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que PS removesse todos esses defeitos de caráter (aqui é melhor o termo patologias).
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados. (observe que reparar não é se humilhar)
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com o PS, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos, procuramos transmitir essa mensagem a todos que assim o quiserem (ou aos alcoólicos, ou aos comedores compulsivos, ou aos neuróticos anônimos, etc...) e praticar esses princípios em todas as nossas atividades.

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