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sábado, 13 de agosto de 2016

Quando o ódio ao universo feminino vira doença










O termo internacional dos Direitos da Mulher, promulgado pelas Organizações das Nações Unidas - ONU - se refere à liberdade de todas as mulheres do mundo. Mas muitos desses direitos são ignorados por costumes de certas sociedades machistas.


E pior, podem evoluir para um tipo de violência conhecida como misoginia.


Ainda bastante presente na atualidade, a misoginia não é uma invenção moderna e aparece desde os primórdios das sociedades. A ação corresponde à aversão ou desprezo dos homens a tudo que diz respeito ao universo feminino, mas mais violenta que o machismo.


“O machismo é uma atitude que não aceita a igualdade entre mulheres e homens e defende a supremacia do homem, mas não necessariamente se reverte num comportamento misógino”, explica Lenise Santana Borges, doutora em psicologia.

Muitos pensadores e personagens ilustres da história alimentaram livros e escrituras com ideias misóginas. Aristóteles, Pitágoras, Martinho Lutero e Leon Tolstói são alguns dos grandes nomes que consideravam a mulher com um ser naturalmente inferior.

“A misoginia pode se manifestar de diversas formas, desde atos que desqualifiquem aquilo que for do universo feminino até atitudes mais violentas e hostis, como ódio e repulsa às mulheres”, comenta a psicóloga. Muito desses mitos ainda aparecem em sociedades fundamentalistas e em vários outros ambientes menos radicais, como o Brasil, por exemplo.

Os homens misóginos podem se apresentar de diferentes maneiras. Os mais comuns são os que expressam seu ódio por meio de maus tratos físicos ou psicológicos e apresentam características narcisistas ou sádicas. O complicado é que normalmente são conquistadores e galantes e, por isso, quando mostram as agressões, as mulheres custam a acreditar.

Um histórico de rejeição e abandono ou de uma relação conturbada dos pais pode criar um filho misógino e pode ser que ele tenha aprendido em casa que a única forma de controlar uma mulher é oprimindo-a. Qualquer que seja a história, o homem misógino é no fundo muito inseguro e traz consigo uma dor infantil que não soube lidar de forma correta.

“São homens que têm dificuldade de estabelecer vínculos afetivos e amorosos com mulheres, e que ao longo da vida, ao se depararem com situações de frustração nas quais eles não são os eleitos amorosos, projetam nas mulheres seus sentimentos de inadequação”, discorre Lenise.

O livro “Homens que odeiam suas mulheres e mulheres que os amam”, de Susan Forward e Joan Torres, da editora Rocco, lista três opções para uma mulher que vivem um relacionamento desse tipo: manter-se submissa para preservar a relação, pedir a separação ou então construir uma nova relação com o mesmo homem.

As que resolverem escolher a terceira opção terão um longo trabalho de resgate pela frente. Encontrar novamente a autoestima, assumir seu lugar na relação e estabelecer limites claros para o parceiro são os primeiros passos. Provavelmente, ambos precisarão de suporte terapêutico para atingir os objetivos em busca da felicidade.

Seja como for, dificilmente o homem misógino reconhece seu problema e aceita a terapia. Quando concorda em fazê-la, logo interrompe o processo. Para conseguir chegar ao fim, deve admitir que é autor dos problemas da relação e no fundo, apenas um homem sedento de amor.



Por Talita Boros


Fonte: vilamulher




O termo grego "misógino"


O termo grego "misógino" é utilizado pelos psicólogos para designar a pessoa que odeia mulheres: miso = odiar e gyne = mulher. Isso, teoricamente falando, porque, na vida real, nem sempre é fácil reconhecer um misógino.

À primeira vista, ele é muito educado, gentil; e, em geral, considerado um gentleman. Tem muita facilidade em conquistar a mulher por quem está interessado, pois age de maneira extremamente amorosa, o que o torna quase irresistível.

Sua atitude demonstra um apaixonamento e uma dedicação tão intensos que, com o decorrer do tempo, fica cada vez mais difícil para a mulher estabelecer limites seguros e ser capaz de atribuir-lhe quaisquer responsabilidades na eventual geração de conflitos ou turbulências no relacionamento.

Na verdade, estabelece-se um contrato tácito (sem palavras, mas compreendido por ambos), no qual o homem vai, imperceptivelmente avançando nos limites, a fim de tomar pé de até onde pode ir com seu estilo manipulador e altamente controlador.

A mulher, por sua vez, a fim de "preservar" a relação", tenta ser boa todo o tempo e evita confrontá-lo. Com isso, evidentemente, o relacionamento fica assimétrico e ela, naturalmente, fragiliza-se cada vez mais.

Esse controle do misógino vai avançando de tal maneira que chega a alcançar as áreas financeira e íntima, prejudicando a sexualidade do casal. Ainda que a mulher faça tudo para evitar desentendimentos, ele acaba sempre convencendo-a de que ela sempre está errada.

Com o tempo, ela passa a medir cada palavra que pronuncia, uma vez que, confusa e cada vez mais perplexa, teme que tudo “desmorone” de uma hora para outra. À essa altura, ela já está irreconhecível e a sua auto-estima se encontra totalmente minada.

Torna-se difícil tomar qualquer atitude, uma vez que o homem utiliza argumentos que lhe soam tão lógicos para o bem da relação, que ela passa a chafurdar-se num mar de lodo emocional.

A única coisa que ele deseja é sentir que ela lhe dê mostras de seu amor incondicional por ele, através de muita compreensão e do atendimento de suas mínimas necessidades, sem demonstrar qualquer tipo de aborrecimento. Algumas vezes, ele estoura e, em seguida se arrepende, voltando a ser o homem maravilhoso do princípio...até que novo estouro aconteça.

Vale ressaltar que, a despeito dessa descrição avassaladora da atitude de um misógino, ele está totalmente inconsciente dela e sequer tem noção da dor que sua atitude produz no outro. Seu comportamento é, na verdade, um subproduto de sua história de vida na família de origem, que lhe causou um sofrimento psicológico, o qual não pôde ser evitado.

Geralmente, ele é oriundo de um relacionamento conturbado entre seus pais, com o qual aprendeu que oprimir a mulher é a única maneira de controlá-la.

Como adulto, ele “atualiza” a vivência sofrida no passado, buscando desesperadamente ser amado, ainda que de uma maneira totalmente deturpada.

Já em relação à mulher que tende a relacionar-se com um misógino; o mais provável é que ela tenha sido infantilizada pela sua família pregressa e, por essa razão, tenta encontrar no parceiro, suporte, apoio e amor, como forma de compensação.

Assim sendo, embora pareça que o misógino seja o carrasco e a mulher seja a vítima, a verdade é que existe um conluio entre eles. De uma forma doentia, precisam um do outro.

A solução para esse problema é um dos dois sair do círculo vicioso e começar a agir de uma maneira nova. Geralmente, quando isso acontece, existem três possibilidades:

1. A mulher mantém-se submissa, para conservar consigo o seu homem.

2. Ela prefere separar-se dele.

3. Ela decide investir numa nova relação com o mesmo homem.

As que optam pela última opção terão que elaborar a reconstrução de sua auto-estima, estabelecer limites claros, ser firmes perante o parceiro e assumir o seu lugar dentro da relação. Para isso, com toda probabilidade, elas necessitarão de ajuda terapêutica.

O resultado dessa atitude provocará uma solução do problema que provavelmente será: ou o seu misógino desistirá de ser o algoz para ficar a seu lado, ou desistirá da relação.

De qualquer forma, ela terá conquistado o resgate de sua auto-estima.


Baseado no livro: “Homens que odeiam mulheres & mulheres que os amam “, de Susan Forward e Joan Torres- texto de SÔNIA NEMI

(www.sonianemi.com)



Fonte: psico_terapeuta



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